quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Movie Club: Watchmen


Who will save us now?


Desde criança sou fascinada por heróis de histórias em quadrinhos. Mas eu gosto mesmo daqueles que não fazem o gênero perfeitinho. Gosto dos heróis mais reais, que sofrem angústias, que têm problemas com a consciência, com dúvidas na hora na escolha e que nem sempre conseguem claramente distinguir o certo do errado.



Meu maior sonho de infância era ser ninja. Quando perguntavam aos meus primos e coleguinhas de escola o que eles queriam ser quando crescessem, havia sempre um médico, um advogado, uma bailarina, um lixeiro, uma aeromoça, um veterinário... Quando a pergunta era direcionada a mim, eu nem pestanejava: NINJA! Eu quero ser ninja quando crescer!


Nunca quis ser a Mulher Maravilha (apesar de hoje sê-la), nem a Bat-girl, nem a She-Ha. Minhas heroínas de infância eram a ninja Elektra Natchios – cujo nome dei à minha Barbie – e Bêlit - também tive uma Barbie com esse nome - a pirata de Conan, o bárbaro. Eram elas que me povoavam a imaginação, que me faziam delirar com suas aventuras e eram os modelos de tudo que eu queria ser quando crescesse: com as qualidades e os defeitos!


Acho que desde essa época comecei a ler histórias em quadrinhos e graphic novels da Marvel e DC Comics. Conseqüentemente, sou presente cativa em todos os filmes baseados em quadrinhos e em graphic novels e hoje resolvi escrever sobre um filme em especial: Watchmen, cujo filme é a transcrição quase perfeita dos quadrinhos originais para as telas. Ainda não tinha visto algo parecido como o trabalho realizado aqui por Zac Snyder (300), portanto, esqueçam a palavra ‘adaptação’ e pensem em ‘transcrição’.


Apesar de ter um elenco onde eu não conhecia a maioria dos atores, mas que conseguiu me cativar a satisfazer a minha imaginação. Mesmo os atores não sendo muito populares entre a grande massa, a despeito de algumas críticas, eu achei as interpretações no mínimo, muito boas. A trilha sonora é fantástica, com The Sound of Silence (música belíssima); The Times They Are A-changin’, de Bob Dylan; All Along the Watchtower, de Jimi Hendrix; e Hallelujah de Leonard Cohen foram escolhas incríveis! Mas minha intenção não é dissertar sobre a produção ou a parte técnica do filme (que a mim, pareceu perfeita) e sim sobre a mensagem que ele passa. Como já disse acima, heróis muito certinhos não fazem meu gênero, e o ápice do filme para mim é sua brilhante desconstrução da mitologia dos super-heróis, apresentando-os não necessariamente como protetores da paz e do bem-estar da humanidade, mas como seres até certo ponto egoístas, com seus próprios motivos e razões para desempenharem tal papel.


Esse filme já foi apresentado no Movie Club (Clube de Cinema que acontece no ICBEU), foi um dos temas para um dos meus Coffee Talks (Aulas de conversação abertas à comunidade) e ontem resolvi assisti-lo novamente e assim como a primeira vez, tudo que consegui pensar quando o filme terminou foi: Uau!!! Do caráááiiii véééiiii!!!!


Eu não sei quanto a vocês, mas eu ainda preciso de heróis na min

ha vida! Eu preciso da fantasia de que há alguém que pode nos salvar em caso de holocaustos, guerras nucleares e tragédias afins.


O filme tem algo que vai além da fantasia e da ação. É uma boa

maneira de refletir sobre como nossa visão anda desiludida em relação ao mundo e à natureza humana. Essas reflexões, vindas em grande parte das divagações de Manhattan e do ódio de Rorschach, são inseridas de forma orgânica à trama. Ao mesmo tempo, o final abraça um toque de esperança, ainda que esta venha de uma bem-vinda reflexão que leva à derradeira questão: os fins justificam os meios? Essa foi uma das questões que eu abordei na aula de conversação pra estimular o pensamento

crítico dos alunos. Será que os fins realmente justificam os meios? Bem, assim como o Dr. Manhattan, eu acho que não. Porque não acredito em fins. Só em meios. Eu sei que isso pode gerar uma certa divergência entre os leitores. São tantos, com as mais diversas maneiras de pensar e opinar, que fica absolutamente impossível almejar uma unanimidade. O mesmo post pode provocar uma gama de contradições: uns vão te amar, outros te tolerar, alguns te odiar e outros vão te esculachar. Nesse caso, alguns vão dizer que o filme não é tão bom e que eu estou completamente equivocada ao pensar assim. Outros, vão compartilhar da minha opinião. Mas isso é bom. Sem divergências, nada evolui – nem o pensamento, nem o país!



P.S.: Vale a pena destacar o coadjuvante – mas muito presente – pênis azul do Dr. Manhattan. Gostaria de saber se eu fui a única a imaginá-lo quando o tal doutor assumia a sua forma gigante... :-)

2 comentários:

  1. Bom, o dele eu nunca imaginei, mas o do Hulk eu já até vi...

    bjks

    Sue

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  2. kkkkkkkkkkkkkkkk
    Quem está rachando o bico de rir agora sou eu.
    kkkkkkkkkkkkkkk

    É mana, eu nunca mais vou para de mudar a cara do meu blog. Isso porque eu sou VOLÀTIL!!!!!!!!

    kkkkkkkkkkkkkk

    Mas sei q vc me ama assim mesmo. Porque vc é faca na caveira.

    Faz assim oh. Eu imobilizo os FDP e vc dá o tiro sem misericórdia, tá?

    Amo te amo!!!

    bjkss

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Obrigada pela confissão! Volte sempre! Juliana Fernandes