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domingo, 17 de janeiro de 2010

Foto-Grafia: Meu Primeiro Amor


Dizem que o Primeiro Amor a gente nunca esquece. Sempre achei essa frase super clichê e nunca refleti realmente sobre ela. E nunca parei pra pensar quem foi e como aconteceu o meu primeiro amor.

Ontem, eu estava almoçando em um restaurante enquanto era mostrado um filme sobre o tema [ABC do Amor (Little Manhattan - 2005)] e lógico, eu não consegui sair (para o terror dos meus acompanhantes) antes que o filme terminasse. Que fofo!!!! A história passa-se em Manhattan, quando um garoto de 11 anos (Gabe) reencontra nas aulas de karatê uma antiga colega do jardim de infância (Rosemary) e com o passar do tempo, descobre-se apaixonado por ela. Como o protagonista também é o narrador do filme, as citações são ótimas e engraçadas. É incrível ver como as crianças definem o amor. Vou colocar algumas que me lembro aqui.

O mais interessante do filme foi ver como o lance do amor é visto pela ótica de crianças e pré-adolescentes. É curioso como fiquei ali, olhando para a telinha e me vendo nas situações em que o protagonista se via. Com as mesmas dúvidas que ele tinha e sentindo as mesmíssimas sensações. É... acho que o primeiro amor a gente não esquece mesmo.

"De repente eu sabia o que tinha que fazer. O amor não tem nada a ver com aquelas palavras ridículas. O amor tem a ver com grandeza e ações. O amor tem a ver com aviões puxando banners com declarações de amor sobre estádios de futebol, propostas escritas em ônibus, palavras imensas escritas com fumaça nos céus. Amar é dar aquele passo a frente, mesmo que ele machuque. Amar é encontrar a coragem que há dentro de você, que você nem mesmo sabia que existia."


Meu primeiro amor...ah... Meu primeiro amor se chamava Rafael (concidententemente, esse também foi o nome do meu primeiro e terceiro namorados) e a gente se conheceu nas aulas de catecismo quando eu tinha nove anos: eu olhei pra ele e decidi q iria amá-lo pelo resto de minha vida! Nós erámos colegas e às vezes fazíamos atividades juntos. Quando completei dez anos, comecei a estudar inglês e advinhem quem era da minha sala? Ele mesmo! Lembro que na época da páscoa, ele me deu um ovo de chocolate que - é lógico - não comi e fiquei idolatrando na prateleira do meu quarto por mais de dois anos!


"É incrível como o tempo passa. Ontem mesmo eu achei que a amava, mas agora, eu não ligo absolutamente pra ela." (Frase se Gabe em frente a casa de Rosemary, esperando que ela saísse para que ele pudesse vê-la).


Acho que desde essa época, já havia uma pré-disposição em mim pra fazer loucuras por amor. Nós estudamos juntos dos 9 aos 13 anos, mas ele nunca soube que eu era incondicionalmente apaixonada por ele. Ele morava perto de onde eu estudava e eu escrevi milhares de cartas que depositei na caixa de correio dele. Ia lá com minhas amigas, deixava a carta, tocava a campainha e corria. E nunca assinava meu nome. Ligava pra ele todos os dias e desligava ao ouvir a voz dele e ao me ver incapaz de declarar todo meu amor.


"Onde está aquela Rosemary? A Rosemary que eu amava? Não esse alien com fins de semana loucos!" (Frase se Gabe ao tentar marcar um encontro com Rosemary, quando esta tinha o fim de semana todo ocupado).


O mais curioso é que havia uma certa proximidade entre nossas famílias. O pai dele era meu médico - de cujo consultório uma vez eu roubei uma foto dele, que logicamente minha mãe me fez devolver, o que provocou grandes gargalhadas no pai dele que nos contou que as fotos do Rafael sempre sumiam inexplicavelmente de lá - a tia dele era minha médica e a mãe, minha professora de catequese. Uma vez, ela me convidou para um banho de piscina na casa deles e eu fiquei sem dormir direito uma semana pensando no que faria, o que diria e o que vestiria. Fui, mas ele não estava lá.


"Nunca estive tão consciente da habilidade das nossas palmas produzirem suor, mas eu estava determinado a segurar a mão daquela garota por todos os segundos de minha vida!" (Frase de Gabe ao segurar a mão de Rosemary pela primeira vez).


Não sei como e nem quando, mas meu primeiro amor passou. Um dia, conversando com uma das amigas que me acompanhava nas idas à casa dele para a entrega das cartas, descobri que os dois estavam namorando. Fiquei arrasada. Achei que aquela dor não passaria nunca! O amor da minha vida namorando minha melhor amiga!


"Deixa eu te contar algo sobre mim e sua mae. Havia um tempo em que nós nos amavámos muito, mas com o passar do tempo, aconteceram essas coisas, essas coisinhas, coisinhas estúpidas, que não foram ditas. E depois de um tempo, as coisas não ditas foram aumentando, assim como a bagunça na nossa despensa. E depois de um tempo, havia tanta coisa não dita, que quase não dizíamos mais nada um ao outro." (Resposta do pai de Gabe a pergunta 'Por que tudo tem que acabar um dia?')


Faz muito tempo que não o vejo. Mas lembro que a última vez em que o vi, eu pensei: Nossa! Como eu pude ser tão apaixonada por esse menino? Ele não tem nada a ver comigo! Mas, o coração tem razões que a própria razão desconhece!

O tempo passou. Tive mais alguns amores platônicos, outros tantos correspondidos. Fui feliz em meus namoros e no meu casamento. Mas sim, mesmo não lembrando frequentemente, nunca esqueci meu primeiro amor!