Nunca estive numa situação parecida com a que me encontro agora. Querendo não querer. Sabendo que não deveria querer. Ciente de todo sofrimento que esse querer pode (ou não) me trazer. Simplesmente pelo fato de que não consigo pensar em longo prazo. O que está acontecendo agora é maravilhoso e tem tendência a ficar melhor com o tempo. Por que eu não consigo pensar que isso é perigoso demais e que não vai ser bom pra mim? Simples: Porque sou uma mulher. E como mulheres não têm um pinto, elas pensam com o coração!
O que eu queria querer na verdade era ter um cérebro Watson que dominasse meu coração. A razão do meu querer me disse que talvez fossemos mais felizes se não pensássemos tanto. Tendo a concordar. Mas o que fazer quando sua anatomia é louca e você é só coração?
Essa montanha-russa de emoções me fez triste e solitária ontem. Mas hoje estou alegre e de bem com a vida, achando o dia lindo e com um pensamento otimista de que eu vou conseguir controlar o que estou sentindo. Vamos dando risada porque a vida nos chama e não dá pra parar para chorar!
Ontem depois de meia garrafa do meu fiel companheiro de momentos bons e ruins (Salve Adriano Ramos Pinto!) e de ouvir 234 vezes o novo CD da Ana Carolina (Nove) e de muito refletir, cheguei à conclusão de que – quem estiver lendo e conseguir entender, por favor, me explique, porque eu concluí... Mas não entendi! – que eu não quero o que eu quero. E eu quero o que eu não quero. É... A Julinha é meio dodói...
Hoje conversamos sobre músicas que fazem sentido e ele comentou que tem buscado músicas que façam sentido pra ele, mas não as encontra... Nossa! Eu consigo ver sentido em tudo. Acho que porque muito do que vivo me faz pensar nele. Ele é aquele homem escondido nas letras de várias canções. E daqui de onde estou, consigo visualizar o homem que ele é e o homem que ele quer ser! Kahlil Gibran já dizia que há coisas que só podem ser vistas à distância. Mas já que eu não consigo dizer, só me resta escrever cartas com o olhar.
O que eu queria querer era conseguir me esconder pra não ter que ouvi-lo dizer coisas que eu não quero ouvir. Escolher entre ele e eu. Mas o problema é que escolhi o pior lugar pra me esconder: me tranquei por dentro dele e não sei mais sair. Pela rua penso em nele. Volto em casa, penso nele. No trabalho sem querer, quando vejo, tô pensando nele! E assim, a única conclusão a que chego é que eu nunca sei enganar meu coração. Por isso escrevo essas frases soltas pelo chão, esperando ele dormir pra poder jurar minha paixão.
Much Ado About Nothing Act 2, scene 3, 62–69 - Será????
Música que faz sentido: CD 'Nove' de Ana Carolina